É inevitável falar de scaleups sem pensar no crescimento de startups. Como podem estas empresas crescer sustentavelmente, que obstáculos enfrentam quando é chegado o momento de se posicionarem globalmente? Para esta fase acontecer, é fundamental ter o alinhamento de um conjunto de entidades. Investidores, entidades de ensino, grandes empresas, poder local e as próprias cidades e países, representam um papel fundamental neste processo.
O que pode uma cidade fazer para captar a atenção, talento e investimento e como pode a Europa, neste contexto ScaleUp, posicionar-se como um motor impulsionador no mundo económico? Estas foram algumas das questões centrais da Conferência ScaleUp For Europe.
Filipe Araújo, Vereador responsável pelo Pelouro da Inovação e Ambiente da Câmara Municipal do Porto, abriu o debate da manhã começando por destacar o papel das cidades neste processo:
“A Europa é um continente de excelência para quem pensa abrir uma empresa e para que estas possam crescer. Por sua vez, as cidades desempenham um papel fundamental no processo scaleup e, neste sentido, é importante perceber de que forma podem promover e potenciar a inovação e o ecossistema empreendedor.”
A Conferência moderada por Alex Barrera, reuniu vários intervenientes do ecossistema empreendedor português como Carlos Oliveira da Startup Braga, Isabel Coutinho do Lisbon Challenge ou Miguel Dias da Porto StartUp Accelerator. Mas também se fez representar por empreendedores internacionais como Carmen Félix-Taveras, Diretora da Endeavor, Daniel Kadishson, responsável pelo setor do Desenvolvimento Económico da cidade de Nova Iorque ou Bogdan Florin Ceobanu da Comissão Europeia.
O debate centrou-se no papel das cidades e da Europa enquanto facilitadores, tendo do seu lado a responsabilidade de reunir empreendedores, investidores, incubadoras, indústria e entidades de ensino e com o resultado desta interação, potenciar todo o ecossistema empreendedor e consequentemente a economia.
Portugal recebeu elogios quanto à sua capacidade de criar e gerir talentos. Bogdan Florin, que teve uma passagem pelo Porto enquanto estudante há cerca de 8 anos e está agora na Comissão Europeia, referiu a mudança na forma como empreendedores e investidores encaram o país:
“A quantidade de empresas com quem tenho estabelecido contacto no último ano que me revelou ter a sua equipa de desenvolvimento tecnológico em Portugal é surpreendente. Aproximadamente 1 em cada 3 startups que conheci nos últimos 6/7 meses tem a sua equipa de desenvolvimento tecnológico em Portugal e mais importante, 2 em cada 3 pessoas que conheci dizem-me que querem mudar-se para Portugal para fazer as coisas a partir daqui.”
A Conferência ScaleUp For Europe ficou marcada também pela apresentação do Relatório Português de ScaleUps 2017 produzido pela EIT Digital em parceria com a Building Global Innovators (BGI). No relatório é possível conhecer as 25 scaleups portuguesas mais promissoras com menos de 5 anos de atividade. Partilharemos mais informação sobre este tópico em breve.