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O Processo De Cooperação Entre Startups E Organizações De Grande Dimensão

Na penúltima conferência online do “Road to Doing Business”, Sonja Moosburger e Rafael Pires trouxeram a perspetiva das organizações mais estabelecidas em relação à colaboração com startups. As reuniões online do Doing Business estão cada vez mais próximas.

O primeiro webinar do último dia do “Road to Doing Business”, dedicado ao tema “Cooperação entre Startups e Organizações Maduras”, trouxe responsáveis de experimentação tecnológica de duas empresas de retalho, uma nacional e outra internacional.

Sonja Moosburger, diretora-geral da MediaMarktSaturn N3XT – presença confirmada no Doing Business -, uma empresa subsidiária da multinacional Media Markt, cujo foco assenta na procura de produtos e serviços inovadores, salientou “a grande relevância das startups para as grandes empresas, nos dias de hoje”.

Sonja partilhou o processo seguido pela N3XT, desde a fase de implementação de produtos/serviços-piloto até à entrega final, fase correspondente à integração da nova oferta nas milhares de lojas Media Markt espalhadas por diversos países.

Uma das fases mais relevantes do processo de experimentação, de acordo com Sonja, corresponde ao teste do produto/serviço, que “pode demorar entre três a seis meses, e deverá servir para cumprir os requisitos e KPI’s definidos na fase inicial de implementação de piloto”. 

“Caso sirva os interesses de ambas as partes, avançamos para a fase de entrega (roll-out) e a nova proposta é rapidamente integrada nas nossas lojas, servindo o cliente final. Se isso não acontecer, acabamos com a ligação o mais depressa possível, através de um procedimento honesto e transparente. Para as startups e para as grandes empresas, não é saudável manter relações que não vão ter resultados num futuro próximo”, acrescentou Sonja. 

Seguiu-se um conjunto de dicas rápidas para as startups. Entre as principais recomendações, destacam-se: a simplicidade da proposta, a preferência por soluções plug&play, um discurso eficaz e concreto, a necessidade ser insistente, planear um plano de integração do produto/serviço na empresa, apresentar uma solução eficaz e segura, saber ouvir, definir KPI’s precisos e mensuráveis, entregar o prometido e, por fim, dar resposta ao problema que deve ser resolvido.

Por sua vez, Rafael Pires, responsável pelos IT Labs da Sonae MC, resumiu a sua apresentação a um conjunto de dicas às startups, “sob a perspetiva de uma grande empresa”. 

Rafael destacou um “pré-requisito essencial” ao desenvolvimento de uma cooperação entre startups e organizações maduras: “os objetivos de ambas devem estar alinhados para que exista uma primeira abordagem”.

“Apesar de ser legítimo que as empresas queiram interagir com as startups para descobrirem uma nova tecnologia ou solução, é igualmente legítimo que uma startup procure, através de uma grande empresa, a validação do seu produto/serviço inovador”, referiu Rafael Pires. 

Após esse primeiro passo, o convidado defendeu a existência de uma série de passos essenciais: “estudar os objetivos da empresa/startup, abordar um decisor (preferencialmente das unidades de Inovação), perceber o orçamento disponível para a experimentação, encaixar na cultura organizacional da empresa, além de ser capaz de prometer e entregar”.

A encerrar, Sonja e Rafael revelaram algumas das tendências que deverão afirmar-se no setor do retalho nos próximos anos, tendo em conta a pandemia de Covid-19. Ambos concordaram que, cada vez mais, as grandes empresas vão procurar investir de uma forma “rigorosa e eficaz”. Segundo os convidados, nos próximos tempos a procura vai assentar em novas tecnologias, processos ou produtos que garantam uma melhor experiência na loja, numa perspetiva touchless contactless, a par de uma aposta reforçada no comércio eletrónico e numa melhoria da qualidade e da rapidez dos serviços de entrega. 

O ciclo “Road to Doing Business” insere-se na 5ª edição da atividade Doing Business, promovida pelo ScaleUp Porto, em parceria com a UPTEC.