A Infraspeak é uma das startups do Porto que bem ilustra o conceito da cidade como laboratório vivo: nasce na Universidade do Porto, materializa-se no UPTEC, consolida-se no mercado e prepara-se para escalar internacionalmente. Poderia ter sido um exemplo criado para representar os objetivos da estratégia Scaleup Porto, mas é bem real.
A ideia começou a ser lapidada em 2011 por Luís Martins. Na altura trabalhava no projeto final do curso na Faculdade de Engenharia, desenvolvendo o conceito de utilização de dispositivos sem fios para identificar partes construtivas de um edifício e proceder à sua manutenção.
O projeto foi crescendo e sendo aperfeiçoado. Acabou mesmo por servir os edifícios da própria faculdade. Em 2014, já no UPTEC, Felipe Ávila da Costa junta-se ao projeto e, dada a procura, os dois empreendedores perceberam que a solução tecnológica desenvolvida tinha espaço no mercado. Assim, em abril de 2015, nascia a Infraspeak – “um software composto por app mobile e web e sensores, que tem como objetivo tornar mais simples a vida dos gestores de manutenção de grandes infraestruturas”, explica Felipe.
O processo é simples. Para acederem ao histórico do aparelho com informação detalhada e tarefas a desempenhar, os técnicos de manutenção têm apenas de aproximar o dispositivo móvel ao equipamento sujeito a manutenção. A plataforma permite-lhes registar em detalhe a manutenção executada nesse dia. Por sua vez, o gestor terá acesso à informação através de uma interface web a qualquer momento. Este processo não só centraliza a gestão, como permite uma atualização mais próxima do tempo real.
Passados dois anos, a Infraspeak conta com mais 50 clientes em Portugal, em Angola e no Brasil, num total de mais de 100 mil avarias sob gestão em quase 80 mil equipamentos, de 3.000 edifícios. Isto significa que, graças à tecnologia Infraspeak, cada um destes 80 mil equipamentos tem uma espécie de diário informatizado, onde os seus gestores podem acompanhar o histórico do equipamento, desde manutenções, avarias e técnicos que o manusearam, por exemplo. Tudo isto à distância de um clique.
Os clientes são sobretudo grandes infraestruturas que, quer pelo volume de equipamentos ou pela distribuição das localizações, sentem o grau de complexidade que implica toda a gestão de manutenção preventiva e corretiva dos vários equipamentos. São exemplo os hotéis, shoppings, hospitais e bancos.
O ano de 2016 foi sinónimo de crescimento. A startup portuense participou no programa de aceleração de startups da Beta-i e mais tarde, mudou-se para Sillicon Valley durante 5 meses para participar no programa de aceleração 500 Startups. Angariou cerca de 230 mil euros em investimento da Caixa Capital e da aceleradora americana. No mesmo ano viu a sua faturação crescer 243%, atingindo um volume de vendas superior a 140 mil euros.
Ambicionando tornar-se uma plataforma de referência a nível mundial na área da gestão de manutenção, a Infraspeak estabelece como objetivos o contínuo melhoramento dos serviços, apostando na diferenciação tecnológica e a conquista de novos mercados.
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