O ScaleUp Porto organizou, esta terça-feira, uma sessão de discussão online dedicada aos desafios, estratégias e oportunidades relacionadas com a fase que as empresas tecnológicas enfrentam no contexto da pandemia. Rui Marques, Sofia Matos e Luís Neves foram os convidados.
A iniciativa municipal ScaleUp Porto, dedicada a impulsionar o ecossistema empreendedor da cidade, promoveu uma sessão de discussão dedicada aos profissionais das empresas de base tecnológica, desta vez em formato webinar (conferência online).
Esta sessão, focada no tema “Tentar manter a normalidade e a performance”, contou com as presenças online de Rui Marques, CEO da 7Graus, Sofia Matos, responsável de Recursos Humanos e Cultura da Infraspeak, e Luís Neves, presidente da Associação Porto Tech Hub. Durante uma hora, os convidados debateram os desafios, mas também estratégias que têm em prática para lhes dar resposta e mostraram-se disponíveis para responder a todas as questões do público, que teve oportunidade de assistir à sessão transmitida online, que pode recordar, na íntegra [no final deste artigo].
A preocupação principal destas empresas no momento, é dar resposta à ansiedade e incerteza sentida pelos colaboradores, enquanto se mantém a atividade possível nas organizações. Mas as preocupações estendem-se às vendas, à ligação constante com os clientes e à manutenção das operações.
Segundo Rui Marques, o “momento de incerteza” que vivemos tem sido “uma excelente oportunidade para o setor do e-commerce”, que tem vindo a registar um aumento exponencial no número de vendas.
“É praticamente um dos únicos modelos de negócio que continua a funcionar em pleno. O desafio é manter a qualidade do serviço prestado durante o pico de afluência dos consumidores. Temos vivido uma espécie de black friday sem fim à vista”, afirmou o fundador da 7Graus, empresa que está também neste momento a desenvolver uma solução mais simples e fácil de implementar que irá servir, em breve, os negócios que possam beneficiar de serviços take-away ou com entrega ao domicílio.
Por sua vez, Sofia Matos, relatou os tempos de mudança na Infraspeak: “Temos procurado manter a nossa operação ativa, sem despedimentos, e com a mesma qualidade de serviço prestado ao cliente. Esse tem sido o nosso maior critério. Gostávamos, contudo, que o Governo anunciasse medidas para todas as empresas que estão a ajustar-se e a manter os seus negócios a funcionar. Essa seria uma medida relevante para todos nós: empresários, fornecedores e clientes”.
Já Luís Neves, responsável pela Porto Tech Hub, que agrega 26 empresas tecnológicas, sublinhou a resposta firme que está a ser dada pelas startups e empresas tecnológicas do Porto, tendo destacado a rápida adaptação ao teletrabalho, privilegiando assim a saúde de centenas de colaboradores deste ecossistema.
No que diz respeito ao impacto económico que a situação atual poderá vir a ter em Portugal, Luís Neves reclama “medidas sérias” agora e não no próximo trimestre.
“As medidas anunciadas podem parecer positivas, numa primeira abordagem, mas em boa verdade não há uma que nos ajude a resolver o problema que enfrentamos. Quando falamos em acesso ao crédito, falamos em dívida, num momento em que já temos empresas com falta de liquidez. É importante que exista uma coordenação europeia na resolução deste grave problema, mas em Portugal a situação terá que ser resolvida por nós e de acordo com as nossas regras”, concluiu.